domingo, 20 de fevereiro de 2011

O sábado que nunca acabava

Então a aventura do sábado foi a seguinte: eu deveria encontrar uma amiga do curso do Bourogh Market, foi o que pensei. Lá cheguei no meio da zona que é o mercado e ela me ligou perguntando onde estava, depois de muito andar e não achar chegamos a conclusão óbvia: eu estava no mercado errado. Ah, Broadway Market! Ah, dou oooutro lado da cidade, ok.

Peguei outro metrô (chuva e frio faz parte, nem comento) e lá fui eu para a estação de Bethnal Green, onde ficava o tal mercado. Qual não é minha surpresa ao descobrir que a tal estação estava fechada para obra, claro. Então desce na estação anterior e pega um trem (!) para o tal mercado. Uhu, cheguei.

De fato esse mercado era bem melhor e bem mais interessante que o outro, cheio de turistas e japoneses famintos. Esse fica numa região modernosa da cidade, Hackney, cheio de modernos, portanto. Ou hipsters.

Beleza, comemos e sentamos num pub simpático por ali: éramos eu, ela, um casal de amigos e um amigo alemão. O amigo alemão estava muito feliz porque fazia meses que não bebia e agora poderia tomar umas em paz, uma vez que sua namorada estava na Africa e ela não curte muito quando ele bebe. Pensei com meus botões que a moça deveria ser meio chata, poxa, o que que tem de mais em deixar o cara curtir umas pints?

Ah, se eu soubesse....

Bom, depois de bebermos umas 3 pints fomos jantar num vietnamita maravilhoso onde fizemos um banquete de pato, rã, peixe e sei lá mais o quê.

Devidamente alimentados, rumamos para um outro pub, este dançante, tipo o Empório. Lá dançamos roquinhos, nos divertimos e o tal amigo alemão começou a ficar esquisito. O cara tava mega bêbado e mal conseguia ficar em pé. Com medo dele arrumar treta (que ele já estava prestes a fazer), fomos embora. Para minha surpresa descobri que seria praticamente impossível voltar para casa aquela hora e um taxi custaria uma pequena fortuna. A solução seria dormir na casa da amiga, que tinha um quarto sobrando. Mas, como nada é tão fácil, a missão incluía levar o tal amigo de brinde, já que ele tb não tinha como voltar para casa.

Aí a história fica boa, ou péssima, caso vc estivesse lá. Como eu disse, o cara mal conseguia ficar em pé, sendo assim os casal de amigos rapidamente e espertamente picou a mula e sobrou eu e a garota com o bavário que se jogava no chão, se jogava na frente dos carros, rolava na esquina e era muito pesado para nós duas carregarmos.

Claro que nenhum taxi queria levar o bêbado e fomos dispensados por dois motoristas que temiam pelo seu carro. Há muito custo achamos um taxista coreano que concordou em nos levar a três quadras dali (onde ela morava) a módicos 10 pouns. Isso mesmo, 30 reais para uma corrida de cinco minutos.

Tirar o cara do táxi foi uma tarefa hercúlea e quando finalmente logramos êxito arrastamos o sujeito pelos corredores do prédio até o apt da garota. Só que o bavário era um bêbado arisco e num rompante para se soltar, deu com a cabeça na parede. Ouvi um estrondo, mas só percebi o que tinha acontecido quando vi o cabelinho louro do rapaz coberto de sangue.

Caralho, só faltava essa!

Levamos o cara até o apt, o depositamos no sofá e pensamos o que fazer. Ambulância? Polícia? Hospital? Achamos melhor botar gelo, dar uma limpada - nessa hora devo dizer que mantive uma distância segura do sangue sob o risco de serem dois os desmaiados na sala - e ver o que dava. Como o sangramento parecia ter parado, fomos dormir.

Dormir é modo de dizer, pq a casa da menina não tinha aquecimento ligado e demorei 3h horas para pegar no sono enquanto congelava.

Na manhã seguinte o moço acordou lépido e fagueiro, como se nada houvesse. Fiquei muito puta, domi mal, demorei 2h para voltar para casa em dois ônibus, e ainda tive que pagar o "dá passagem"do moço que descobriu estar sem grana no meio da rua.

Esse é o preço que se paga por querer garrar coleguimo no curso.


Um comentário:

edumaua disse...

Olívia,
Descobrir no jornal o globo que a vidinha não é nada fácil em Londres para os imigrantes através dessa typical carioca style foi uma bela surpresa.Curti muito a leitura do seu blog nesta tarde gelada do Rio de Janeiro e pertinho do seu Humaitá mencionado nas linhas.Lembra angela ro ro em suas andanças pelos pubs da rainha...mande mais que eu devoro...
bjs do seu fã,
Serqio Carvalho Carvalho (facebook foi adicionado)