segunda-feira, 28 de março de 2011

Sobre os hábitos alimentares - parte II

bangers and mash

Outro dia estava num pub com uma amiga e observando o público local me dei conta de que nunca provei um prato tradicional inglês. A amiga, que mora aqui há 12 anos e é casada com um inglês, disse que eu não sabia o que estava perdendo, pois a tradicional gastronomia britânica é comfort food total.

Chegamos à conclusão que a má fama da cozinha inglesa é super injusta. O que acontece por aqui é que os ingleses trabalham com o que têm, entende? Então é isso: bicho (porco, carneiro, galinha etc, peixe), raízes (batata, turnips etc) e vegetais. Não tem muita abundância por essas terras, então a refeição virou salsichas, ou uma torta de carne, com purê de batata ou de ervilha e vegetais cozidos. Mesmo o super clássico fish & chips é relativamente recente, uma vez que o peixe branco que eles consomem (como bacalhau fresco, hadoque etc) só foi possível depois do desenvolvimento de tecnologia para pesca em águas profundas.

Claro que além disso a (má) fama também se deve muito à falta de paladar dos colegas. Não existe desculpa para a falta de noção do ponto de cozimento dos legumes, que quase derretem no prato. Tampouco faz sentido o amor deles por maionese e a falta de tato da hora de NÃO temperar o peixe.

Para vocês terem uma noção, os sogros dessa minha amiga são o típico casal ubber British. Juntos há mais de 50 anos, eles seguem uma rotina religiosa em relação ao cardápio da casa. Todo dias janta-se a mesma coisa (algum dos pratos supracitados), quarta-feira é o dia da salada e quinta é o dia que a senhorinha se dá ao luxo de não cozinhar, então eles saem para jantar fish & chips.

Foi através da minha amiga que o casal conheceu e provou pela primeira vez massa (sim, amigos, eles nunca tinham comido macarrão) e arroz. A sogra só provou a pasta porque tinha sido comprada na Mark & Spencer (claro) e adorou. O marido torceu o nariz. Já o arroz não fez sucesso com nenhum dos dois.

Hoje em dia parece que na noite da salada tem sempre um pouquinho de massa gelada. Progresso?

sábado, 26 de março de 2011

Consultora de beleza

Então eu consegui um trabalho! Eu não deveria falar isso totalmente porque ainda não assinei contrato, mas é isso, consegui, já trabalhei lá alguns dias e é isso aí. Claro que não é no Guardian ou The Times, claro que nem é em jornalismo, então duvido que caiam raios de inveja sob a minha cabeça. Eu sou agora uma distinta beauty consultant numa loja de departamento. Em outras outras palavras, vendo "podruto" de beleza, uma espécie de maquiagem mágica. São quatro produtos (eyes, face, cheek and body) que substituem a base, primer, pó compacto, corrige as imperfeições e ainda é um tratamento. Viu só? Tô craque.

Aí é assim: fico lá em pé durante oito horas em frente ao meu estante (que está perigosamente posicionado em frente à MAC, Clinique e Yves Saint Laurant), linda, toda produzida, toda de preto, approaching people e perguntando se elas conhecem essa maravilha de produto. Eu até que sou boa nisso, sabia? Mando o sorrisão, testo os produtos nas fuças oleosas dos turistas e vendo. A meta é vender de dois a três produtos por hora.


O lance é que quem me conhece sabe que eu tenho meio que toc com mão suja e tenho uma certa irca de ficar esfregando minhas mãozinhas na cara das mulheres. Caraca, é muita pele ruim! Aí você faz um esquema meio que "a roupa do imperador", sabe? "Olha, sua pele como ficou incrível! Dá para ver total e diferença!" Aí o povo te vê tão animado com o resultado que concorda: "é, tá mesmo, wow". É sensa. E quando chegam as árabes? As bichinhas compram de um tudo, elas não curtem muito ficar testando (acho que é o lance do contato), as vezes estão com os rostos cobertos e nem rola de testar, mas compram assim mesmo e compram muito. Não adianta explicar muito o que é porque normalmente o inglês não é o forte, mas aí elas simplesmente falam: "dois desses, três desses e mais um desse aqui". Aí salva, né? Tenho mó apreço pelas árabes.


Vou trabalhar todo domindo de abril, esquema eterno plantão, mas sem ter que ir para delicia. C'est pas mal


quinta-feira, 24 de março de 2011

Malabarismo

Há alguns dias finalizei minha busca pelo apartamento. Num lance de sorte inacreditável achei um flat bem bacana no East London (pois, virei uma dickhead) por um precito camarada. Os habitantes da casa serão eu, a dona do apt - uma estudante de medicina inglesa e gente boa (parece) -, e um inglês estudante que nunca vi, mas soube que ele levou a mãe para ver o quarto, achei fofo.

Só que como alegria de pobre dura pouco (aqui em Londres pouquíssimo), eu só posso me mudar dia 1 de abril, o que não seria nenhum problema não fosse o detalhe de que o dono do quarto que ocupo atualmente não tivesse voltado de viagem ontem. Daí que essa história me fez ficar homeless por 9 noites. Pois é. A solução foi partir para a mendicância e pedir abrigo aos amigos. Consegui descolar três noites aqui no apê mesmo, dormindo no sofá. A primeira noite foi ok, o sofá só tinha dois lugares daí arrumei um saco de dormir e me virei no chão mesmo. Hoje e amanhã eu espero estar bêbada o suficiente para não me importar com detalhes de conforto.

Sábado vou para a casa de uma amiga que tem um quarto de hóspedes (!) e terça para o sofá de outra amiga. Tudo isso seria lindo e quase prático não fosse o detalhes da pós. Claro, porque merda nunca vem sozinha, terei spring break na pós e tenho que entregar sete trabalhos no dia 1 de abril (mesmo dia da mudança, sacou?) e nesse interim ainda estou no treinamento para um trabalho novo, numa loja (é, meu bem, a vida é dura).

Daí que é uma delícia: eu mudo de casa em casa, preciso de tempo para sentar e concentrar nos estudos (alô Zean!) e ainda preciso estar linda e maravilhosa para o trabalho. Mas a real é que eu gosto assim, quando é fácil normalmente desconfio.

Pelo menos Londres me presenteou com uma temperatura civilizada essa semana e vamu que vamu!

domingo, 20 de março de 2011

Sobre os hábitos alimentares e higiene

Umas das coisas que mais chamou minha atenção quando cheguei a Londres foi o lance do sanduíche. Aqui nego almoça sanduba e janta comida, o oposto do que normalmente as pessoas fazem no Brasil. Para mim é complicado, pq não curto muito comer a noite coisa pesada e não sei cozinhar, aí acabo ficando no sanduíche mesmo para almoço e jantar. Nem preciso dizer o quanto rezo por um prato de arroz, feijão, bife e farofa, né?

Outro mito que caiu foi sobre os péssimos hábitos alimentares dos ingleses. Não posso dizer como é em casa de família ou mais para o interior do país, mas pela capital só vejo nego comendo salada e comidas internacionais (italiana, indiana etc). Sério, é raro eu ver nego encarando uma daquelas pies de fígado ou purê de ervilha. As vezes até fico tentada a provar um troço desses, mas sempre acho que vou me arrepender depois.

A outra coisa engraçada é o lance do take away. Tudo tem dois preços: o preço de comer e o para viagem. Mas aí vc pensa que o take away vai ser mais caro, né? Mas não, é mais barato. Acho que é um lance de economizar na lavagem do copo, sei lá. Isso chega a ser irritante, as pessoas simplesmente não páram para comer, é um tal de comer andando que irrita. E aí depois que elas acabam suas refeições (no parque, ônibus, metrô, no meio da rua) adivinha o que elas fazem? Jogam o lixo no chão!

Isso mesmo people, os ingleses (ou pelo menos as pessoas que habitam essa cidade) são o povo mais imundo que já vi. Pelo menos no que diz respeito à coletividade. Fico chocada com a sujeira da cidade. Aqui no meu prédio nego joga o lixo no chão, no corredor do prédio! E eu não estou falando de deixar o saco de lixo no hall, tô falando dos joselitos que compram esses fried chickens nojentos e deixam os ossinhos dos frangos e os restos de batata-frita pelo caminho, dentro do elevador e por aí vai. NOJENTO!

Hoje mesmo estava no ônibus e uma mulher do meu lado estava comendo um Doritos, quando acabou simplesmente jogou o pacote vazio no chão, aí comeu uma maçã e jogou o resto no chão também. Eu olhei para a cara dela e olhei para o pacote no chão e fiz bem uma careta, ela ficou meio sem graça (acho), mas nada fez. Cara, por que?

Daí no Brasil a gente reclama que o povo é porco, mas na boa, aqui é pior

quarta-feira, 16 de março de 2011

"Nossa você não tem smartphone? Como assim?!"

Essa é uma frase que escuto com uma certa frequência aqui em Londres. No começo achava que nego era meio babaca, viciadinho em tecnologia, querendo tirar onda com iphone ou Blackberry. Mas aí, meu bem, fui vendo que o buraco é beeeem mais embaixo.

O principal motivo para comprar um iphone quando se vive em Londres é simples: se achar na cidade. Por alguma razão que me foge à compreensão, grande parte das ruas aqui não tem identificação alguma. É estranho porque se você joga no google maps os nomes existem, mas não tem nada lá escrito que aquela rua é de fato a John Princes St (ou se tem está muito bem escondido, quase um segredo que só os moradores e carteiros compartilham).

Ok, digamos que vc encontrou o nome da rua - lucky bastard -, te garanto que o número vc não acha. O povo aqui não curte muito números nos edifícios e ainda que existam alguns numerados, eles nunca seguem uma ordem lógica. Tipo crescente, ou números pares no lado direito e ímpares do esquerdo.

Daí já são dois problemas: nomes e números. Mas calma, piora! O povo aqui se guia pelo postcode. Saca CEP? Então. Vc sabe seu CEP de cor aí no Brasil? Vai saber onde eu moro só de eu falar o meu? Pois é, aqui eles fazem isso. Quer dizer, não sabem, né? Jogam no google maps e se acham. Sacou o drama? Eu, que não tenho iphone, preciso ver tudo antes em casa e escrever tudo bonitinho (virar primeira `a esquerda na rua tal, que não vai ter nome etc etc).

Daí é assim: nego marca tal hora no bar tal e te manda via sms ou e-mail o postcode (ex: SW11 5JE). Aí a parte fácil é que pelas primeiras letras vc já sabe se é south west, north e por aí vai. Só que tem o resto, né? Aí vou, jogo no maps, anoto as coordenadas e saio na missão sabendo que ficarei perdida pelo menos uns 20 minutos (isso sou eu, nem todo mundo é tão tapado assim). Daí quando canso de ficar perdida, abordo algum gentil desconhecido na rua e pergunto se ele não pode dar uma olhadinha no iphone dele e me dizer para onde devo ir. Até pq se vc chegar para alguém na rua e perguntar "sabe onde é a rua tal?" mesmo que seja a rua dele é capaz de ele nunca ter ouvido falar. É bizarro, eu sei.

Tudo isso para dizer que meu aniversário tá chegando e se alguém quiser me presentear com algo útil, já sabe, né? GPS tb vale.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Jabá

Porque eu estou muito orgulhosa do meu street style piece que mostrei na aula em uma exibição para a WGSN (te mete!), vou dividir algumas fotos aqui.

Elas foram tiradas em Canarby Street e Bricklane
















sábado, 12 de março de 2011

Exercitando a paciência enquanto se procura apt

Uma das máfias mais toscas aqui de Londres é a máfia dos landlords. O Landlord é, na tradução literal, o senhor da terra, o dono do pedaço (ou pelo menos do pedaço que você quer morar).

Assim como o Rio de Janeiro, Londres é uma cidade com muito mais gente do que suas terras permitem e todo mundo quer ficar perto do centro, of course. Essa matemática nada complicada resulta num aluguel impossível, que claramente não vale seu preço. As casinhas fofas que a gente identifica como Londres custam os olhos da cara e o pessoal esperto passou a dividi-las em pequenos apt por andar, assim vc tem flats com as configurações mais estranhas e plantas surreais.

Para ganhar mais dinheiro, muitos donos de apt ainda transformam a sala em quarto, assim vc divide o apt com pessoas que vc não conhece e nunca vai ver, a não ser que esbarre na fila do banheiro ou na cozinha.

Essa configuração é a pior pq esses apt sem sala normalmente estão na mão de agências, corretores, que colocam pessoas que não se conhecem para dividir um espaço que ninguém liga, pq não é de ninguém. Então eu vou na agencia e o cara me mostra um quarto num apt onde moram 5 pessoas de diferentes nacionalidades e esses moradores não tem a menor noção quem é o novo flatmate deles. Assim sendo, foda-se que o banheiro e cozinha estão cagados, ninguém se conhece, ninguém cobra nada de ninguém e , aparentemente, ninguém da a mínima em viver na imundice.

E cara, vai por mim, quando Irvine Welsh escreveu a cena "do pior banheiro da Escócia" certamente ele pensou em algum banheiro desses que andei vendo. FODA!

Claro que existe a opção de viver em casas normais, cujos moradores selecionam quem será o novo inquilino, mas essas casas são caras e quando anunciam, bum, já era. Sem falar é normal pedir dois meses de aluguel adiantado. Uma espécie de fiança, né? Só que cada quartinho imundo desses vai na base do 540 pounds, numa região mais afastada de East London, dependendo do apt, vc pode pagar até 700 por semana!

Tudo para dizer que tá foda, não bastasse tudo, ainda isso. Cada vez que vejo um chiqueiro desses pela frente saio mais desanimada e com vontade de fazer a louca e me recusar a me mudar daqui, hehehe. Mas eu sou brasileira e não desisto nunca e , se tudo der certo, semana que vem terei novas notícias. Wish me luck

quinta-feira, 10 de março de 2011

Como passar o dia em Londres com 50 centavos

Pois é, aconteceu comigo. Nos últimos dias andei na beira da miséria aqui, achei que como jornalista a experiência seria válida, uma coisa que moldaria meu caráter, digamos assim. Claro que que achei isso depois, ontem, quando tive dinheiro novamente, antes disso, na segunda-feira para ser mais exata, chorei mais do que nos últimos anos juntos.

Foi assim: eu trouxe uma grana nesses cartões de viagem, saca? Beleza, ia gastando nele até a grana acabar, depois tiraria toda minha fortuna do meu banco no Brasil, o Itaú. Segundo minha gerente, que me convenceu a abrir uma conta neste lá, seria muito conveniente porque o Itaú tem agência no mundo inteiro. Ahan Claudia, senta lá. Tava bem feliz e tranquila porque enquanto eu gastava meu rico dinheirinho, a grana de uns trabalhava entraria no banco e, voilá, no início de março eu teria dinheiro outra vez, era só sacar de qualquer ATM desta cidade. Que beleza!

Encarei o despero na sexta-feira passada, quando a caminho do pub descobri que não, meu cartão não era aceito aqui. Sem tempo de fazer nada, fui encontrar a amiga sem um puto. Claro que amigo é para essas coisas e a pobre me adiantou algum para eu sobreviver até segunda-feira, quando iria resolver meus problemas na agência do Itaú aqui de Londres, esse banco tão internacional.

Na segunda, com exatamente 6 pounds na carteira, rumei ao Centro para tratar de meus assuntos bancários. Quando cheguei, "opa, desculpe, mas aqui não é uma agência do Itaú, só tratamos de bussiness". Ah, btw, nem existe agência do Itaú na Europa, só em Miami e no Japão (oi?). Porra, mas não é um banco internacional? Então pelo menos posso ligar para minha agência no Brasil e esculhambar minha gerente mentirosa? "Pode, claro, mas hoje os bancos no Brasil estão fechados para o carnaval". Oi?!!!!!!!!! Porra, tá de sacanagem!

Nessa hora eu comecei chorar e chorei na frente do carinha do banco, saí chorando, entrei no ônibus aos prantos, entrei no mercado fungando muito e, com o nariz escorrendo, comprei tudo que os meus 5 pounds permitiam (frutas, verduras e pão). Ah, cheguei em casa chorando também.

No dia seguinte me restavam 50cents. Fiz um sanduíche para o almoço e eu fui para a aula. Depois do curso as meninas seguiram para um bar onde passaram a tarde tomando vinho e eu fui para a rua tirar fotos de estilo, assim fazia algo útil, ocupava o tempo e não gastava dinheiro. A fome apertou no meio da tarde junto com o frio e descolei um cookie por 45C, fiquei feliz.

A noite, em casa, convenci minha mãe a me emprestar um grana e tudo ficou menos pior. Mas a MINHA grana continua lá, presa no Itaú e eu continuo com ódio mortal deles.

Claro que nada disso teria acontecido caso eu não tivesse esquecido a minha senha da internet. Claro que eu esqueço absolutamente todas as senhas da vida, claro que já até bloquearam meu acesso à internet do Itaú e claro que eu sigo sem anotar nada. mas o ponto aqui é o desespero, meu povo.

Será que vale um processo?

domingo, 6 de março de 2011

A saga de toda semana




Das coisas mais complicadas de se lidar em Londres é, sem dúvida alguma, o "voltar para casa". Quando a gente chega na cidade acha muito estranho que todos saiam do trabalho às 17h e comecem a beber. Acha ainda mais estranho um pub fechar às 23h e todo mundo achar ok voltar para casa antes de meia-noite (ainda que voltem super bêbados), mas tudo faz sentido quando vc descobre que o tube fecha meia-noite. Aí você vai dizer "mas e daí que o tube fecha cedo, não dá para pegar um ônibus ou táxi"?

There, beloved reader, the plot thickens. Muitas vezes a noite se estende até mais tarde, pode ser na casa de amigos, clubs ou bares que têm licença para ficarem abertos até mais tarde. O táxi definitivamente não é uma possibilidade, a não ser que você seja rico, o que não é meu caso ou dos que me cercam (infelizmente, I have to say). Cada corridinha besta sai na casa dos 15 pounds e considerando que isso é quase que todo o meu orçamento no bar, não rola.

Bom, então temos o ônibus, certo? Well, depois de meia-noite (aparentemente a hora mágica por aqui) os ônibus se transformam em Night Buses e você nunca, repito, NUNCA, vai dar a sorte de estar à um Night Bus de distância de casa.

Cada vez que você bota o pé na rua para uma pint tardia, você sai imbuído do espírito guerreiro, preparado para encarar uma viagem de pelo uma hora até em casa. Pois é. E veja bem, não estamos falando aqui de bairros muito distantes entre si, não. Essa é simplesmente Londres, meus amores, get used to.

Normalmente é assim: "Fuck, são 2h, preciso ir para casa! Poxa nem está tão tarde, mas se sair agora talvez chegue em casa antes de 4h, cool"! Aí você sai do quentinho do pub/bar/casa e anda até achar o ponto que passa o seu ônibus. Aí tá, achou, mas descobre que ele só vai rolar daqui a vinte minutos. Aí você aproveita o tempo para ler no mapinha do ponto onde vc precisa descer para pegar o próximo bus que, este sim, te levará em casa. Aí 20 min depois teus ônibus passa, e você faz uma viagem de meia hora, desce, cata o outro ponto e espera mais 20 min para bus passar. Vc pega, fica mais meia hora lá dentro, desce e anda mais 10 minutos até sua casinha. Isso aí pode variar de 40 min até 2horas de trajeto (já aconteceu comigo).

Depois disso você acorda do sábado/domingo jurando que nunca mais vai sair, que vai voltar para casa cedo e que, na verdade, a noite nem foi tão legal assim. Mas aí a semana passa, você não aguenta mais a rotina e sai para uma pint e a história se repete outra vez... Welcome to London, cheers.