segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

As aparências enganam

Uma das maiores gafes e das mais fáceis de se cometer por essas terras é errar a idade das pessoas. Se um britânico chegar para você e perguntar: "quantos anos você acha que eu tenho?", cuidado! Isso é uma pegadinha e se você de fato chutar o número que passou pela sua cabeça - digamos, 32 anos - muito provavelmente vai ficar com a cara no chão quando o foribundo do inglês lhe responder secamente: "não, eu tenho 20". Olha gente, essa dica é das mais preciosas, raramente alguém vai te dar esse conselho de finesse.

Não sei o fato causador do envelhecimento precoce, frio, vento, péssimos hábitos alimentares, falta de sol ou simplesmente genética ruim? Mistério... Fato é que o povo tá acabado, péssimo mesmo, o que me dá uma vantagem enorme, uma vez que costumo ser a mais velha por onde ando. Uma das frases que mais ouço é: "29, jura? achei q vc tivesse uns 22!" ou então me pedem identidade quando vou comprar cerveja ou cigarro: A-DO-RO!

A parte chata é que a verdade taí e dentro de alguns dias chego aos 30 e não tem hidratante que dê jeito nisso. Por outro lado tenho pensado seriamente em comemorar meu aniversário de 25 anos em abril, uma vez que ninguém sabe memso quantos anos eu tenho. Já que não terei meus amigos por perto para fazer uma verdadeira festa de arromba, invento uma idade qualquer e tudo bem, né?

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Chega de sofrer (ou de começar a sofrer)

Daí que eu chutei o balde do trampo de garçonete antes mesmo de começar. Eu sei, eu sei, mas cara, é só olhar para a minha cara e ver que não ia dar certo eu, as bandejas, os clientes e tudo junto e misturado.

Mamãe chegou ontem em Londres e passamos o dia juntas ontem fazendo programas turísticos e andando para cima e para baixo. Quando chegou perto da hora de ir para o meu segundo teste (no mesmo restaurante) eu estava exausta e pensei: sério? vou lá outra vez sem ganhar um níquel por isso? Desisti.

Quem vê pensa até que sou rica, mas o fato é que prefiro tentar alguma coisa como vendedora, sei lá.

Tb queria dizer que tô mega curtindo os fumos de rolo? Até achei um Marlboro esquecido na mala, fumei igual a uma viciada e depois concluí que prefiro o rolinho.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

The British people are in denial

É interessante perceber que os ingleses vivem em negação. Nas ruas os termômetros marcam 4C, mas nas vitrines o que se vê é uma primavera que nunca chega.

Todas as lojas mostram manequim com vestidos florais frescos, transparências e muita cor, mas é só andar pelo Oxford Street (onde a maioria das lojas se encontram) e ver que o preto e o frio dominam a paisagem. E o pior é que nós sabemos que esse clima vai continuar assim até junho, então pq não vender uns casaquinhos?

Quem não é local, como eu, é logo reconhecido pelo casaco, cachecol, bota etc, mas os ingleses e outros povos vindo do frio acreditam e já lançaram mão de sapatilhas, meia-calça, saias e shorts. Eu simplesmente não creio que nenhuma dessas pessoas não estejam com frio, tenho certeza que elas sofrem me segredo, mas elas são inglesas e não desistem nunca.

Outro dia entrei numa loja de acessórios atrás de uma boina ou gorro de lã (um não muito feio) e qual não foi minha surpresa ao descobrir que eles não vendiam mais nenhum dos itens. Muito indignada, foi questiniar a vendedora, que me respondei com a maior cara de pau do mundo que eles não vendiam mais os gorros de lã pq não estava mais frio. Oi?

Então é isso, eu me sinto deslocada pq sou a única a achar que ainda estamos no inverno e a situação tende a piorar, pq uma vez que eles acharam que é primavera (mesmo que esteja fazendo 10C) eu serei única a acreditar que, mais uma vez) ainda estamos no inverno. Pois podem esperar, me março ainda estarei com grossos casacos de lã e muitas meias sob a minha bota.


domingo, 20 de fevereiro de 2011

O sábado que nunca acabava

Então a aventura do sábado foi a seguinte: eu deveria encontrar uma amiga do curso do Bourogh Market, foi o que pensei. Lá cheguei no meio da zona que é o mercado e ela me ligou perguntando onde estava, depois de muito andar e não achar chegamos a conclusão óbvia: eu estava no mercado errado. Ah, Broadway Market! Ah, dou oooutro lado da cidade, ok.

Peguei outro metrô (chuva e frio faz parte, nem comento) e lá fui eu para a estação de Bethnal Green, onde ficava o tal mercado. Qual não é minha surpresa ao descobrir que a tal estação estava fechada para obra, claro. Então desce na estação anterior e pega um trem (!) para o tal mercado. Uhu, cheguei.

De fato esse mercado era bem melhor e bem mais interessante que o outro, cheio de turistas e japoneses famintos. Esse fica numa região modernosa da cidade, Hackney, cheio de modernos, portanto. Ou hipsters.

Beleza, comemos e sentamos num pub simpático por ali: éramos eu, ela, um casal de amigos e um amigo alemão. O amigo alemão estava muito feliz porque fazia meses que não bebia e agora poderia tomar umas em paz, uma vez que sua namorada estava na Africa e ela não curte muito quando ele bebe. Pensei com meus botões que a moça deveria ser meio chata, poxa, o que que tem de mais em deixar o cara curtir umas pints?

Ah, se eu soubesse....

Bom, depois de bebermos umas 3 pints fomos jantar num vietnamita maravilhoso onde fizemos um banquete de pato, rã, peixe e sei lá mais o quê.

Devidamente alimentados, rumamos para um outro pub, este dançante, tipo o Empório. Lá dançamos roquinhos, nos divertimos e o tal amigo alemão começou a ficar esquisito. O cara tava mega bêbado e mal conseguia ficar em pé. Com medo dele arrumar treta (que ele já estava prestes a fazer), fomos embora. Para minha surpresa descobri que seria praticamente impossível voltar para casa aquela hora e um taxi custaria uma pequena fortuna. A solução seria dormir na casa da amiga, que tinha um quarto sobrando. Mas, como nada é tão fácil, a missão incluía levar o tal amigo de brinde, já que ele tb não tinha como voltar para casa.

Aí a história fica boa, ou péssima, caso vc estivesse lá. Como eu disse, o cara mal conseguia ficar em pé, sendo assim os casal de amigos rapidamente e espertamente picou a mula e sobrou eu e a garota com o bavário que se jogava no chão, se jogava na frente dos carros, rolava na esquina e era muito pesado para nós duas carregarmos.

Claro que nenhum taxi queria levar o bêbado e fomos dispensados por dois motoristas que temiam pelo seu carro. Há muito custo achamos um taxista coreano que concordou em nos levar a três quadras dali (onde ela morava) a módicos 10 pouns. Isso mesmo, 30 reais para uma corrida de cinco minutos.

Tirar o cara do táxi foi uma tarefa hercúlea e quando finalmente logramos êxito arrastamos o sujeito pelos corredores do prédio até o apt da garota. Só que o bavário era um bêbado arisco e num rompante para se soltar, deu com a cabeça na parede. Ouvi um estrondo, mas só percebi o que tinha acontecido quando vi o cabelinho louro do rapaz coberto de sangue.

Caralho, só faltava essa!

Levamos o cara até o apt, o depositamos no sofá e pensamos o que fazer. Ambulância? Polícia? Hospital? Achamos melhor botar gelo, dar uma limpada - nessa hora devo dizer que mantive uma distância segura do sangue sob o risco de serem dois os desmaiados na sala - e ver o que dava. Como o sangramento parecia ter parado, fomos dormir.

Dormir é modo de dizer, pq a casa da menina não tinha aquecimento ligado e demorei 3h horas para pegar no sono enquanto congelava.

Na manhã seguinte o moço acordou lépido e fagueiro, como se nada houvesse. Fiquei muito puta, domi mal, demorei 2h para voltar para casa em dois ônibus, e ainda tive que pagar o "dá passagem"do moço que descobriu estar sem grana no meio da rua.

Esse é o preço que se paga por querer garrar coleguimo no curso.


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O frio, o vento, a chuva...

Se tem uma coisa que me tira do sério nessa cidade é o frio. O frio pode até ser legal durante uma semana e para nos arrumarmos de um maneira mais cool (principalmente para gente, que é jeca de país tropical), mas com o tempo ele cansa a pele e a beleza, literalmente.

Eu tenho muitos problemas com o frio. O primeiro é a falta de grana para me vestir da maneira que gostaria, sendo assim tenho somente dois casacos para usar todos os dias e nada bonitinho e quente para usar embaixo dele. Tenho somente uma bota e um tênis (que dependendo da temperatura não segura a onda de jeito nenhum).

Em segundo lugar é um problema ainda mais grave: pele seca + cabelinho fino. A minha pele está uma merda tão grande que fico até desgostosa de tirar a roupa e ter que encarar a realidade. Isso sem falar no meu rosto, que de tão seco e castigado pelo frio e vento dá sinais que ali nascerá em breve minha primeira ruga. Nem preciso dizer que a possibilidade tem me deixado de cabelos em pé. Aliás, esse trocadilho veio bem à calhar, porque, meu amor, meus cabelos andam loucos, selvagens e sem brilho ou forma. O horror, o horror.

Não vou nem mencionar que o frio tb aumenta o apetite e, como a dureza já mencionada impera, praticamente como pão e massa todos os dias. O problema não é nem o aumento de peso, que fatalmente já está dando sinais que vem chegando por aí, mas o tédio de não comer nada diferente ou bom.

Claro, eu poderia comer uma salada, mas cê jura que com os termômetros marcando 4C é uma salda mesmo que vai te satisfazer?

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Meus flatmates

(Vou escrever sem acentos pois estou no computador do LCF)

"Como voce foi parar ai neste apartamento?" Essa eh provavelmente a pergunta que mais escuto quando falo onde moro. Pois bem, explicarei como vim parar aqui em Battersea cercada de italianos e um grego. Tenho uma amiga que trabalhou comigo em no Brasil e quando comentei que vinha para Londres ela disse que seu irmao morava na cidade, mas que ele deveria passar dois meses no Brasil, "quer ficar com o quarto dele? Eh barato".

Pronto foi assim. Dai que eu moro num apartamento agradavel de quatro quartos (como muitos podem ter visto no Facebook) com mais tres pessoas: dois italianos e um grego (que na verdade eh do Chipre). Os dois italianos sao garcons e afins e o grego eh chef (foi ele quem me ensinoua fazer o pao).

Alem desses dois italianos que moram aqui, nos temos dois vizinhos no andar de baixo que tb sao italianos e dividem o apt. Isso sem falar nos amigos italianos que voltam e meia passam por aqui ou no vizinho para jantar. Resumindo, eu vivo numa mistura de O Poderoso Chefao com uma novela do Silvio de Abreu. Sim, eles falam alto, xingam, gesticulam. "Madona mia", "ma que catso es..." e "va fan cullo" sao expressoes corriqueiras e volta e meio durante um jantar eles podem esquecer o ingles e comecar a brigar em italiano entre eles. Normalmente o motivo da briga eh algo como: "penne ao pesto nao se faz assim, faz assado, ou na minha vila tal palavra se fala assim, na dele se fala assado" e eles brigam.

Eu me divirto muito e acho ateh que estou aprendendo algumas palavras, mas eles nao querem me ensinar a falar italiano pq, afinal, estao aqui para falar ingles, o que rende momentos muito engracados. Dai nessa hora que me acho no Poderoso Chefao, com aquele ingles cheio de sotaque da Mafia.

Mas olha, devo dizer que essa maluquice soh se da quando todos se reunem. Em casa, onde moro, eh tudo na maior paz e silencio. Fora tudo isso, eles limpam a casa, cozinham e nunca deixam eu pagar quando fazem o ratata do jantar. O que mais eu quero?

Soh que a mamata tem dia para acabar, o tal irmao da amiga esta voltando no fim de marco e eu ficarei homeless. Duvido que ache algum flatmate que cozinhe...

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Minha vida de garçonete

Então minha vida agora é isso: fumar cigarro de rolo e ser garçonete, ocasionalmente eu tb estudo na UAL. Ok, isso não é inteiramente verdade, mas eu hoje fui no meu trial para ser garçonete de um restaurante famosinho e descolado aqui. Parece que fui bem, a mulher disse que vai me ligar na quinta para dizer se serei contratada ou não. Olha, difícil não foi, mas tô cansada para c*r****!

Fico pensando que a vida é não é fácil mesmo, né? A pessoa estuda vários anos, trabalha em jornais e tal e termina limpando mesa em Londres... Bueno, é o que tem para hoje. Também não sei se o pagamento vai ser bom e sei que provavelmente minha rotina vai ser trabalhar de 17h até 1h da madruga. How about that? Claro que eu nem vou mencionar o meu magnífico uniforme que consiste em uma túnica muito da escrota e meus colegas franceses engraçadinhos que ficam cheios de gracinhas com a brasileira. A ver como fica.

A parte do cigarro tb não é inteiramente verdade, uma vez que eu nào tenho capacidade para enrolar um cigarro decente. Isso é que dá não ser maconheira, agora fico aqui lutando contra a seda, o tabaco e o filtro para no fim fazer uma perninha de gilo que se apaga depois de dois tragos. Minha vida por um Marlboro! Tomei a decisao que assim que for empregada passarei a comprar Marlboro mesmo, pq parar de fumar é o c*r*****, não obrigada.

E esse foi meu Valentine's Day: ir no curso, comprar uma calça preta para o trabalho e ficar em pé durante horas e horas servindo casais apaixonados a noite toda. Cheers!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

A dificil arte de garrar coleguismo

Ontem foi o primeiro dia do curso. Não tivemos aula, mas passamos o dia na UCL para ver como tudo funciona, conhecer o grupo de apoio para quem não tem amigos, para quem tem dislexia, para quem gosta de esporte, enfim, tudo quanto é tipo de maletice que você conseguir imaginar.

O primeiro choque foi me descobrir numa turma de 13 mulheres e nenhum homem. É, bizarro. A segunda bizarrice foi constatar que sou a única velha da turma, todas as cocotas tem entre 21 e 23 anos e eu sou a tiazona. A terceira e pior coisa é que sou a única estudante que não tem o inglês como primeira língua. Tudo inglesinha escrota, um irlandesa, duas canadenses e uma australiana. É foda acompanhar o papo das matracas quando elas se juntam para falar merda (pq é só o que elas falam). Sério, a pessoa que acho que eu curti mais foi uma inglesa feiaparacaralho de New Castle. Esqueci o nome da fulana, mas ela parece mais normal.

Tudo um bando de periguete que quer trabalhar na Vogue para ganhar roupa. Jornalismo que é bom passa longe. Tava conversando com as colegas e citei Gay Talese e nenhuma das biatches tinha noção do que eu tava falando. Tão tá, né cambada, ainda bem que vocês moram aqui e são sustentadas pelos seus pais.

Bueno, a parte boa é que já tenho alguns amigos aqui e não tô atrás de coleguismo de faculdade. A ver o que acontece.

A noite eu fui encontrar uma amiga que trabalha na BBC e descobri que tem um pub dentro do prédio da BBC. É muito deprê isso, mas é engraçado. Tipo, depois do trabalho vc sai e bebe no pub da firma só com os colegas da firma. Para piorar tem uma TV enorme que fica lá ligada na BBC o tempo todo. Tipos, se estourar uma bomba, todo mundo sobe doidão para a redação e vai apurar matéria. Tenho que hang out lá mais vezes para ver se arrumo um trabalho, hehehe

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A difícil arte de ser pobre

Hoje eu tava muito puta da minha vida pq tinha um mogollón de burocracias on-line do curso para resolver e o site da universidade ficava dando pau. Para resolver eu deveria ligar para lá e eles ia me ajudar enquanto eu ficava no computador, ok. Daí eu descobri que estava sem crédito no celular, porra! Daí eu tinha que sair e resolver outras caraleones burocracias na rua, mas tava chovendo e frio, porra! Olhei para o meu “armário” (uma caixa de compensado com meia dúzia de trapinhos) e vi que to praticamente sem roupa e tenho somente um casaco, porra! Sem dinheiro, porra, porra!!!!!!!!!!!!

Bueno, lá fui eu bem irritada na chuva e com frio para o centro. Quando cheguei em Victoria Station o celular tocou e era uma mulher de um restaurante que eu tinha me aplicado na noite de quarta (on line) me chamando para uma entrevista hoje. Tipos, eu tinha que ir num encontro do curso (conhecer a diretora e as outras alunas, sim , só tem mulher) e depois iria na entrevista. Me olhei no espelho de uma vitrine e achei que aquilo não era jeito de se apresentar. Tava tão feliz com a perspectiva de ganhar dinheiro que entrei na loja de departamento (dessas que tem todas as marcas) e fui dar uma olhada descompromissada.

Tava lá na minha e a mulher do estande da Urban Decay me ofereceu free make up. Tipos, ela só ia dar uma maquiadinha no meu olho, de leve. Menina... Ela me deixou gata para caralho, e depois ela disse que se eu comprasse três produtos ganhava uma manicure de graça. Olhei para o estande das manicures e li: 17 libras para fazer a unha. Porra, 45 reais para fazer a unha (sem cutícula!!!!!!!), vou comprar esses cacarecos agora e fazer essa mão. Até porque minha mãe sempre disse que não se vai a uma entrevista de emprego com as unhas feias.

Cara, que merda de manicure, hein?! Sem falar que caguei a porra da unha toda assim que saí de lá, porra! Ainda gastei 40 libras em maquiagem e casaco que é bom para aquecer nada. Tô pobre e sem roupa, grandes merda, hein Olívia?! Para piorar a mulher da entrevista disse que eu tenho que usar uma calça preta e camisa preta (que eu não tenho). Vou lá eu gastar mais dinheiro sem saber se vai rolar algum entrando... Ah, a entrevista foi bizarra, isso é outra história.

Dói mas é gostoso




Acho que chegar em Londres é sempre um choque. Se alguém te falar que chegou aqui chegando podes crer que é mentira. Não que demore tanto para vc curtir e se entender com a cidade, mas o choque inicial é forte e a impressão que se tem é que nunca vai se acostumar com as coisas, nunca vai entender como os postcodes funcionam e sempre vai odiar esse tempo horroroso. Mas o bom é que um dia as coisas começam a ficar mais fáceis e aí, bum, vc se apaixonou por essa vida maluca.

Veja bem, eu não tenho a intenção de viver aqui para sempre, mas não dá para negar que é uma puta experiência viver literalmente no centro do mundo e, mesmo nos momentos de maior solidão (um sábado a noite em casa, um passeio sozinha por um museu lotado de casais e famílias), vc para e pensa: caralho, eu tô aqui, porra! Claro que não dura muito e logo eu to pensando que preferiria estar em casa com os amigos, mas daí depois é outro dia e nevermind.


Mas vou te falar, ô lugarzim para ter lonely people! Outro dia fui jantar na casa dos vizinhos, dois italianos que moram aqui há pouco menos de um ano, e eles contavam como era difícil fazer amizade etc . O mesmo parece acontecer com todo mundo que eu conheço aqui. Minha vontade era apresentar todo mundo e dizer: pronto, agora vcs podem ser amigos e irem juntos ao pub toda semana. Mas a verdade é que Londres é impossível, todo mundo trabalha muito, ou estuda muito ou tá muito preocupado com sua vida e a vida social fica meio de lado, sabe? Então na real é uma contradição: reclama-se da falta de amigos, mas ninguém tem tempo para porra nenhuma. Aí a solução é ir morar com namorado/a e viver uma vida fechada de casal (o que não me parece uma solução ruim numa cidade cara e chuvosa). Infelizmente, meu coração está oversea, so, eu tenho que me contentar com o skype nas lonely nights, hehehe.

Bueno, tudo isso para dizer que sim, é bom, mas sim, é foda. And then again, sim, eu tô curtindo, mas daria a vida por uma faxineira e uma manicure. Falaremos mais sobre esse tópico adiante .