O maior problema do meu curso são as alunas. É total pré-conceito, mas como curtir uma turma só de mulheres onde sou a mais velha e a única que não tem o inglês como língua nativa? Veja bem, não estou falando do curso em si, que é ótimo, me refiro às colhega tudo.
Num universo de 14 meninas (nenhum homem, nem um gay sequer) entre 21 e 23 anos o que você encontra? Uma cambada de histéricas. Preguiiiiça... Eu com meu jeitinho também não ajudo, eu sei. Mas como arrumar paciência para uma guria que cai em prantos na sala porque é a única que ainda não tem a pauta para matéria dela? Cê jura, né?
Isso me lembra quando comecei no Dia, tinha 23 anos e era uma idiota. Chorava porque não sabia escrever, entrava em pânico em reunião de pauta (hummm, pensando bem durou até bastante isso, hehehe), portanto eu entendo o drama da garota, mas pôxa, é uma pós-graduação, não é vida real, entende? Não é como se não fosse sair jornal no dia seguinte porque ela não achou um tema brilhante. Mas enfim, como todo mundo foi lá passar a mão na cabeça da garota ("oh darling, don't be sad, you'll make it") e já tava todo mundo me achando a escrotinha do camping porque eu não achava aquilo um big deal, fui lá ter com a moça.
Fofamente cheguei perto dela e falei basicamente que ela poderia escrever sobre o que ela quisesse, que essa era a beleza do jornalismo, o importante era como ela escrevia (isso é minha opinião, tá? Eu realmente acho isso, mas também queria fazer ela se sentir mais confiante) e que, fala sério, se ela achava que alguém ali era muito genial?
Esse último comentário não foi bem recebido pelas outras colegas, até porque estava claro que eu me achava genial, hehehe. Não é isso, não me acho fodona, mas cara, de alguma coisa deve servir esses anos a mais que tenho, né?
Enfim, daí passou. Uns dias depois, estávamos na aula e a professora começou a explicar como funcionava esse lance de off com as fontes aqui na Inglaterra e disse que não existe off. Se o cara fala com você sabendo que você é jornalista, então é on. Eu discordei e disse que "de onde eu venho" não é assim, não, e tals. E começou uma discussão saudável. Afinal, eu vim aqui para isso, né? Me conta como funciona aqui nas Inglaterras que eu te conto como é lá em casa e assim vai.
Menina... Pra quê?!. No fim da aula as colhega tudo ouriçada me cercando dizendo que eu era muito bélica, que tinha BRIGADO com a professora. Ai gente, na buena!!!!!!!!!!!! Não é de babar de preguiça?! Fiquei sem o menor saco de explicar que aquilo era um bate-papo, uma troca de ideias e tals, e falei que no Brasil a gente era assim mesmo e foi mal aí qualquer coisa, mas acho que vocês se impressionam por muito pouco. Olhos arregalados e minha cara, impassível, blasé. Acho até que falei isso enquanto tragava meu cigarro, bem francesa.
Eu fico abismada que ali é um dos melhores cursos de jornalismo de moda e lifestyle do mundo e o povo se comporta como se tivesse no colégio. Aí claro, elas adoram zoar meu jeito e ficam rindo quando falo umas paradas erradas, mas aí, na boa? Num guentam 10 minutos de porrada comigo lá fora.
2 comentários:
coitadas, nem precisam da sua porrada... vão levar tantas da vida! é só cruzar o canal e encontrar o primeiro parisiense!
gente, o blog tá muito engraçado, é o único blog sem fotos que eu frequento rs
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