sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Obras e Lena Dunham, dois pesadelos


Você chega em casa e está tudo revirado, seus móveis estão cobertos de uma poeira branca, fina. Vai ao banheiro e a situação é idêntica com o acréscimo de dois rombos enormes no teto e um na parede. A mesma cena se repete no segundo banheiro e na cozinha.

Não, não foi um furação ou cenário de filme de fim do mundo, é só uma obra do prédio  que eu não sabia que iria acontecer . Ok, no caso eu sabia, mas nunca imaginei que seria uma obra, mais um reparo do que uma obra.

Tudo aconteceu quando eu estava trabalhando e tudo que eu queria depois de um dia exaustivo no calor senegalês que faz no Rio de janeiro era um banho, um ar condicionado e roupas limpas. Mas só vi poeira e confusão.

Quando vi a cena de meu apartamento me bateu uma tristeza imensa. Isso junto com minha TPM me deu uma sensação terrível de invasão, de desamparo, sei lá. Fiquei mal mesmo. Ainda por cima a faxineira tinha ido no dia anterior, então ainda teve aquele feeling de prejuízo.

Será que sou louca? Fiquei assim tb quando quebrei um pedaço do meu dente da frente. Perdi uma lasca considerável quando bebia uma longneck.

Pequenas mudanças no nosso mundo podem promover grandes reflexões. Minha flatmate foi se abrigar na casa do namorado. Eu fiquei lá, em meio a poeira, rinite e confusão. Acho que fiz isso de propósito, quando estou sofrendo gosto de sofrer mais.

Tentei me acalmar vendo um episódio de Girls, e fiquei mais triste ainda vendo Lena Dunham pelada durante quase 25 minutos, pior, pela  jogando uma partida de ping pong. Tive pesadelos horríveis.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Não tá fácil sobreviver ao fim do mundo


Com a iminência do fim do mundo alguns esclarecimentos se fazem necessários. A primeira grande dúvida, claro, é “o mundo vai mesmo acabar dia 21?” seguida do indefectível  “como”?

Bom, infelizmente  não é possível afirmar com certeza nada ainda. Se você é do time que acha que vai acabar para geral mesmo dia 21, então não adianta fazer nada, a boa é aproveitar a última semana e pisar na jaca de pantufa sem medo de ser feliz.

Se você não acredita em nada e acha tudo uma palhaçada, então nem precisa se preocupar, pode só ficar botando pilha na galera e ver o circo pegar fogo.

Agora, existe aí uma terceira corrente: a aventa a possibilidade de um portal que vai se abrir, de uma lista de escolhidos, de uma nave que vai pousar. .. As possibilidades são infinitas, mas caso haja uma chance de se livrar das bolas de fogo e partir para outro plano astral, é melhor analisar com calma e traçar um plano para entrar nessa bocada.

Vamos por partes:

É portal ou nave?
Não sabemos, na dúvida esteja preparado para os dois. Na real nem faz diferença, portal você vai repovoar a Terra, nave você é convidado para uma festa de penetra. Who cares?

Tem lista na porta ou é por ordem de chegada?
Essa pergunta na verdade nos leva a outra questão mais importante: devo estar em um lugar específico dia 21? Acho que Machu Pichu, São Tomé das Letras, Alto Paraíso, e todos os lugares hippies são válidos. Tenta a sorte.

Arrisco um palpite de que não deve ser por ordem de chegada, pois  seria muito injusto, né? Eu imagino que exista uma lista já feita, uma coisa meio juízo final. Se você foi um cara maneiro e tals tem mais chance de entrar. Mas aí tem que ver os critérios que serão levados em conta. O que nos leva a outra pergunta...

Quais são os critérios para entrar no portal/nave?
Pois é, vai de cada um. Mas imaginando que a ideia é criar uma sociedade mais evoluída, alguns pontos devem ser observados.

O que pode te vetar do portal:

- Pelos em abundância. Pelos são característicos de homens primatas, homens evoluídos não precisam mais disso. Tony Ramos, portanto, está vetado. Nem adianta depilar

-Sisos. Todo mundo sabe que esses quatro dentes só servem hoje em dia para encher de grana seu dentista. Logo, pessoas que nascem sem siso são mais evoluídas. Não vale alegar que extraiu os dentes quando ainda eram inclusos, é o mesmo caso de tentar depilar

- Cóccix avantajado. Explico: se você tem isso, significa que você ainda não perdeu seu rabo no processo evolutivo. Vetado.

- Ser uma pessoa escrota. Aqui entra um monte de coisa, desde zoar os amiguinhos até roubar doce das criancinhas. Essa é fácil, tipos Rafinha Bastos tá vetado

-Burrice e/ou estupidez. Sabe aquela galera que concorre ao Darwin Awards todo ano? Então, eles, caso não estivessem mortos, não entrariam. A ideia é evoluir, né?

- Hábitos ruins. Vícios não são bem vistos não trazem luz etc, etc etc,zzzzzzzzzzzzz

-Comer carne. Tem gente que diz que os vegetarianos terão preferência. Não vejo muita relação nisso, mas na dúvida passe a última semana à base de soja.

Pensando bem não está fácil ser escolhido e também não sei se vai ser legal ir embora para outro plano com essa galera que vai sobrar, mas, na dúvida....

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Sobre a trolagem em 50 tons


Eu ando lendo a trilogia “50 tons de cinza” com um interesse quase antropológico. Sim, sou mais uma voz na multidão dando ibope para o romance de Anastasia Steele e Christian Grey.

Na realidade pouco me importa se o livro é bom ou não, todo mundo já falou sobre isso. Sim, ele é mal escrito, a putaria é fraca e a mocinha é chata para caraleo. Isto posto, quero me focar nas trolagens que estão rolado por parte dos homens em relação às mulheres, entre as mulheres e contra a autora.
Bom, na real caguei baldes para a autora. Pra mim ela tem mérito: é medíocre e tá rica, tá melhor do que eu, portanto.

Já a questão mulheres versus mulheres me preocupa. Sabe por que o mundo não é das mulheres? Porque nego não é unido. Muito se fala do corporativismo masculino, mas é justamente essa brodagem que garante imunidade aos homens. 

Não gostou? Só lamento, mas quem tá dominando são eles. E sabe por quê? Por causa de textos como esse (http://machosderespeito.com.br/2012/11/29/50-tons-de-mulheres-mal-comidas)

O sujeito fala a verdade, essa mocinha é ridícula, uma interesseira etc. Mas calma, não é só isso! Tem mais coisa aí, mais tons de cinza. (mals aí o trocadalho). 

Pois atentem para o comentário da leitora Priscila Amaral no supracitado texto. O autor critica Ana por só se deixar levar por Grey porque ele é bilionário. Mas e daí? Gente, eu nunca tive um bilionário aos meus pés, mas adoraria. Quem resiste a um jatinho particular?! E, veja bem, Ana Steele não é uma vendida, ela tem princípios, só que o fato de ele ser bilionário torna tudo mais interessante.

Você amiga leitora cansou de dividir a conta do bar com os carinhas com quem você sai? Pois, bem vinda ao clube, todas cansamos. Só que a gente não tinha opção, né? A gente tinha que se impor. A gente tinha que se inserir no mercado de trabalho, a gente tinha que ser mãe, ser independente, ser linda, ser gostosa. Pois cansamos e daí?

Ninguém aqui está jogando os anos de sutians queimados fora, ninguém aqui está dizendo que quer virar dona de casa, ninguém aqui está dizendo que quer ser sustentada por marido, mas, na boa, alivia aí!

Me quer linda, depilada, maquiada e malhada? Pois pague a conta do restaurante porque tá puxado pagar por tudo isso e ainda dividir o chope!

Me quer divertida, inteligente, esperta e amiga dos meus amigos, cheia de assunto? Então não queira uma mulherzinha desinteressante que não será tão divertida e independente. E por aí vai.

Não queremos mais igualdade, não queremos ser melhores, queremos ser complementares. Dá um tempo aí galere. Vamos parar com tamanha belicosidade. Mulherada, não critique suas pares, vamos nos unir porque não tá fácil pra ninguém.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

A van, essa eterna provação

Eu juro que não queria mais falar das minhas agruras na van. Aliás, eu juro que não queria mais andar de van, mas não rolou a mega tampouco aumento, então a luta continua e os perrengues também, claro. Afinal, o que seria desse blog se eu minha vida não fosse recheada de situações bizarras?

Tarra eu na van que emula o 592, curtindo uma TPM básica, uma dor de cabeça após um dia de trabalho, pensando nas dívidas, quando começa um pôperô alto para caralho no som.  Pior, o som era só atrás, claro, porque o motorista queria ouvir o bate-estaca em surrond. Para quê colocar a música só ali do ladinho dele, né?

Educadamente, por que conheço esse povo de van, pedi para o motorista abaixar o volume. Ele o fez e eu agradeci. Nisso, vejo um sujeito sentado na minha frente, diagonal, virar-se e me examinar de cima a baixo com cara de desprezo. Caguei.

Deu dez minutos e a pista de dança dos infernos recomeça. Mais uma vez, cheia de por favores, com licença e os caralhos, pedi para o gentil motorista abaixar o volume, pois estava incomodando a rapeize do fundão. O condutor, mais uma vez, acatou meu pedido. Um tiquinho, mas aliviou.

Nisso, o tal sujeito sentado à frente, na diagonal, começa a praguejar. Previ o entrevero, mas esperei o tom de voz aumentar. Dito e feito, o sujeito se vira para mim e lança: “Ô garota, ele abaixou o som, mas eu estava curtindo e aí, quem vai descer, você ou eu?”

“I beg your fucking pardon?! Coméquié?!”. E ele continua: “O motorista tá botando um som para gente curtir, se você não gostou sai fora”.

Mermão, o sangue ferveu, o olho injetou, pensei que fosse pular no pescoço do cara, mas respirei fundo e, educadamente (porém firme) respondi que música não era permitido dentro de ônibus e transportes coletivos de uma maneira em geral, que as pessoas deveriam respeitar o espaço alheio e que ninguém é obrigado a aturar música alta depois de um dia de trabalho, mas que, acima de tudo, era proibido e ponto.

“Se você não quer ouvir música bota o fone de ouvido, sua patricinha”. Para tudo nesse momento, atentem para a lógica do sujeito! Não quer ouvir música, bote um fone. E olha que a lusa sou eu.

“Meu senhor, isso não faz o menor sentido, se o senhor quer escutar música, coloque o senhor o fone. Normalmente é assim que funciona”

A resposta gênia: “Se você tivesse no Ceará tava lascada, lá em Fortaleza o forró come solto e você não ia dar um pio”

“Ainda bem que estamos no Rio de Janeiro, não é mesmo? Se o senhor quiser dançar forró, volta para a Paraíba” (essa eu mandei só de sacanagem, para zoar)

Depois dessa ele emputeceu de vez, mas perdeu a coragem de continuar o bate-boca e ficou reclamando e me xingando para as pessoas próximas dele, mas sem olhar na minha cara. Confesso que fiquei aliviada, já tava vendo a hora que ele ia puxar uma peixeira e me matar. Porra, morrer de peixeira numa van em plena hora do rush na São Clemente é muita falta de glamour nessa vida.

Um tempo depois o sujeito desceu, antes de mim, não sem antes me mostrar seu maravilhoso dedo médio. Um primor de educação.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Mais uma

Conversar sobre as aventuras da vida de solteiro me tem feito ouvir histórias maravilhosas. Que fique claro que quando digo maravilhosas eu quero dizer bizarras, na vibe xixi, cocô e porra. Tem um amigo da minha mãe que adora citar uma frase sensa: “eu topo tudo, mas xixi, cocô e porrada to fora”.

Como já falamos dos dois primeiros, vamos falar de porrada. Na verdade o termo tá meio forte, mas não sei muito bem como classificar a agressão (?). A ver:

Um amigo, gay, conheceu um sujeito ótimo e marcaram o primeiro encontro. Jantaram, beberam, conversaram, tudo lindo. O sujeito convidou meu amigo para continuarem a noite na casa dele, que morava lá na caixa prego, mas, como estava de carro, prometeu devolver meu amigo no dia seguinte na porta de casa.

Chegando na casa do sujeito, meu amigo notou a presença de um terceiro elemento na sala e perguntou de quem se tratava. O sujeito respondeu que aquele era seu ex, que ainda ainda não tinha arrumado outro canto para morar e continuava habitanto o apartamento. E falou na maior tranquilidade, como se aquela situação fosse meio chata, mas ok. “Ele não se importa de eu estar saindo com outras pessoas. Acabou”, ele garantiu.

Meu amigo achou tudo muito estranho, mas se o cara tava dizendo que estava tudo bem, fazer o quê?!

E aí, amigos, pausa para reflexão: qual a chance de isso não ser uma mega roubada?! Reflitam, primeiro encontro, cara recém-terminado, que mora com o ex e leva seus dates para o apartamento onde o ex vai estar. Na boa, a gente sabe que o álcool é foda, mas não se pode ignorar os sinais. Feeling, gente, feeling.

Voltando, os dois entraram no quarto do sujeito e lá ficaram. No meio da noite meu amigo sentiu uma coisa estranha e quando abriu os olhos mal conseguiu acreditar no que viu: o terceiro elemtno, o tal ex, estava mordendo a sua orelha! Sim, é isso mesmo, o cara mordia a orelha do meu amigo (tipos, mordendo com força, sangrava e tudo)e griatava com o ex (o date do meu amigo): “Você não queria ménage?! Então vamos fazer agora!”

Tomado pelo susto, meu amigo saiu correndo desesperado.  Dato foi atrás, para levá0lo em casa, pedir desculpas etc. Falou todos aqueles argumentos inúteis: “ele é louco”, “por isso que não estamos juntos”, “não dava mais” etc etc. Tá, ele é louc, você já sabia, deixou ele ficar na sua casa e ainda assim traz gente que você pega para dentro de casa?! Ah, tá.

Mas o pior, não foi nem isso. Quase dois anos depois, voltando de Buenos Aires, na fila do check in no aeroporto, meu amigo olha para o lado e quem está na frente da fila? Os dois! Sim, as a couple!

Não sei que conclusão tirar disso, mas como diz o padre conselheiro amoroso: não dá para confiar em gente que não resolveu pendência com ex. Que isso nos sirva de lição

quinta-feira, 22 de março de 2012

Dorme com essa


Quem me conhece sabe que eu curto uma escatologia. Não é um fetiche, não. Mas se é história de cocô, por exemplo, pode me contar que eu me amarro (vide post abaixo). Seguindo essa linha, mas beeeem mais light, quero dividir outro causo com vocês.

Aliás, esse caso também só se deu porque, mais uma vez, a moça em questão não respeitou outra regra básica da solteirice: se não tá rolando com o gatinho, não rola. Parece óbvio, mas é que, sabe como é, né? Às vezes bate aquela carência, aquele pagode saudade, aí... 

Senta que lá vem a história.

A moça tinha um fã que vivia no pé, e seguindo a velha  “gatinho bom é gatinho que liga”, num sábado a noite não muito promissor resolveu dar uma chance ao gajo. A coisa não ia bem desde o início, pois de cara ela sacou que aquilo ali não tinha liga, não rolava, mas, determinada que é, achou que o álcool pudesse dar conta desse detalhe.

Muito álcool e três bares depois ela decidiu ir para casa e o cara, claro, insistiu para ir também. Queria porque queria dormir com ela, e ela, fraca (bêbada), cedeu.

Chegou em casa e caiu dura na cama. Dormiu profundamente. No meio da madrugada foi acordada pelo sujeito, que na maior cara-de-pau se virou para ela e soltou: “fulana, acorda! Eu fiz xixi na cama”

Sim meus amigos, o cara com mais de 30 anos na cara fez xixi na cama da moça que ele pretendia comer. E a guria, que nem queria nada com o sujeito, amanheceu banhada em mijo alheio. Como lidar? 

Pensa que ele foi embora? Pensa que ele se ofereceu para comprar outro colchão? Pensa que ele fez ALGUMA coisa? A resposta para todas as perguntas é não.

Ele ajudou a moça a levar o colchão para tomar um ar e só. Ainda perguntou se ela não tinha um café da manhã para oferecer! Tá bom pra você?

Pois que fique a lição para todos os solteiros e solteiras desse Brasil sil sil: filha, não força porque dá merda.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Regras são regras

Na vida de solteira pode se reclamar de tudo, menos de tédio. Cheia de aventuras pela frente, a solteira moderna se depara com situações diversas e adversas. É preciso ter jogo de cintura para lidar com os obstáculos e obedecer algumas regras.

Olha só como é importante: tinha uma menina que era apaixonada por um sujeito há meses.Ele era amigo do amigo e ela gramou meses até conseguir fisgar o cidadão (lenta, muito lenta), mas no dia que foi, foi aquela coisa incrível, maravilhosa, foram para o apartamento dele, dormiram de conchinha, enfim.

De manhã, o cara foi um fofo e avisou que iria trabalhar, mas que ela ficasse à vontade para tomar um banho, que tinha deixado café na mesa e que quando ela saísse era só bater a porta.

Tudo lindo, céu azul, passarinho cantando até que, antes de tomar banho resolveu atender ao chamado da natureza. Agora, prestenção, aí que vem  regra: todo mundo sabe que não se caga na casa do gatinho que você acabou de pegar. Tipos, TODO MUNDO SABE. Pois bem, a moça não obedeceu, foi lá se aliviar e adivinha? A descarga não estava funcionando direito. Resultado, a lusa achou por bem catar um saco plástico, pescar o morto, dar um nó na sacolinha e deixar para jogar lá fora o embrulho.

Depois de se arrumar, tomar banho,  café, ela saiu bem lépida e fagueira, bateu a porta e ... Pânico, esqueceu o saco ao lado da porta! Claro!

Resultado, o cara nunca mais ligou. E aí eu te pergunto, quem pode culpar o pobre? Não é todo dia que a mulher que você levou para casa na noite anterior deixa um saco de merda no meio da sua sala, né?

Lição vida de solteiro 1: Nunca cague na casa do gatinho, pelo menos não sem checar que a descarga funciona perfeitamente antes.

PS: Não me pergunte por que ela não usou o truque do balde ou por que não chamou o chaveiro ou porque sei lá o quê. A mulher panicou e fez saquinho de cocô, é tudo que sei